O relatório de escassez de motoristas de caminhão de 2023, conduzido pela International Road Transport Union (IRU), revelou uma preocupante realidade: mais de 3 milhões de postos de trabalho para motoristas estão sem preenchimento em 36 países analisados, representando 7% do total de cargos disponíveis.
Pesquisando mais de 4.700 empresas de transporte rodoviário nas Américas, Ásia e Europa, que representam 72% do PIB global, a IRU descobriu que a escassez de camionistas aumentou globalmente em 2023.
Duas exceções foram a Europa e os Estados Unidos, onde a escassez diminuiu ligeiramente em 2023 devido à menor procura de transportes como resultado da inflação e de uma política monetária mais restritiva que limita o consumo e o investimento.
A profissão tem uma população envelhecida
Apenas 12% dos motoristas têm menos de 25 anos, com a taxa caindo para 5% na Europa. Com o enorme fosso entre condutores jovens e idosos a crescer, a situação irá piorar muito nos próximos cinco anos se não forem tomadas medidas significativas.
Desafios na contratação e expansão de negócios
Pelo menos 50% dos operadores de transporte rodoviário têm sérios problemas em contratar motoristas qualificados, na maioria dos países estudados. Muitos também não conseguem expandir os seus negócios e estão a perder clientes e receitas existentes.
Mulheres no volante e os desafios da inclusão na profissão de caminhoneira
Outro ponto a ser destacado é a baixa representatividade feminina na profissão de motorista de caminhão, com apenas 6% da força de trabalho global sendo composta por mulheres. A China e os Estados Unidos se destacam com as maiores proporções de mulheres caminhoneiras entre os países estudados.
Valorizando os heróis invisíveis
Diante desse cenário desafiador, é crucial valorizar esses profissionais das estradas, através da melhoria das condições de trabalho, garantindo uma remuneração justa, programas de apoio à saúde e bem-estar, além de reconhecer publicamente o papel vital que desempenham na nossa sociedade.